quarta-feira, 29 de abril de 2020

GÊNERO: MEMÓRIAS LITERÁRIAS


Memórias Literárias

São textos produzidos para rememorar o passado, vivido ou imaginado. para isso devem-se escolher cuidadosamente as palavras, orientados por critérios estéticos que atribuem ao texto ritmo e conduzem o leitor por cenários e situações reais ou imaginárias. Essas narrativas têm como ponto de partida as experiências vividas pelo autor no passado, contadas como são lembradas no presente. Exemplo:

"Eu estava no Rio de Janeiro, aguardando a chegada de algum serviço para retornar à Paraíba. Me lembro quando o meu patrão me informou que a minha missão seria transportar três estátuas de pedra que foram adquiridas pela prefeitura para serem instaladas no Açude Velho. A recomendação e o cuidado com a carga era imensa. Para vocês terem ideia, apenas para colocar as três peças em cima do caminhão foi necessário um dia inteiro de atividades com o auxílio de um guincho."

·         Tempo: um tempo do passado: pretérito perfeito e pretérito imperfeito. eles indicam ações e têm a propriedade de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala.
·          O narrador: em primeira pessoa é o narrador- personagem ou narrador-testemunha. No caso de memórias teremos, geralmente, o narrador- personagem, que tem por característica se apresentar e se manifestar como eu e fala a respeito daquilo que viveu. Conta a história dele sempre de forma parcial, considerando um único ponto de vista: o dele. Existe também o narrador em terceira pessoa, que apresenta a estória da forma como ela lhe foi narrada.

Características:
·         Há comparações entre o presente e o passado;
·         Há palavras e expressões que indicam uma época, situando o leitor no tempo passado;
·         Usa adequadamente os verbos no pretérito perfeito e imperfeito;
·         Refere-se a objetos, lugares e modos de vida que já não existem ou se transformam;
·         Evidenciam sentimentos, emoções e impressões sobre os acontecimentos, fatos;
·         Descreve, quando necessário, o que querem dizer certas expressões antigas ou o significado de certas palavras em desuso.
·         Expressões em primeira pessoa usadas pelo narrador, como “eu me lembro”, “vivi numa época em que”.
·         Verbos que remetem ao passado, como “lembrar”, “reviver”.
·         Palavras utilizadas na época evocada, como “vitrola”, “flertar”
·         Expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada, como “naquele tempo”




O HOMEM E A NATUREZA (ENSINO RELIGIOSO)




ATIVIDADE:
Fale o que o homem tem feito à natureza, apontando coisas boas e ruins.

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CONTO MARAVILHOSO: JOÃO E MARIA


João e Maria

Às margens de uma floresta existia, há muito tempo, uma cabana pobre feita de troncos de árvores, onde moravam um lenhador, sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.
Na casa do lenhador, a vida sempre fora difícil, mas, naquela época, as coisas pioraram: não havia pão para todos.
— Mulher, o que será de nós? Acabaremos morrendo de fome. E as crianças serão as primeiras.
— Há uma solução… – disse a madrasta, que era muito malvada – amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo. No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
— E agora, João? Sozinhos na mata, vamos nos perder e morrer.
— Não chore — tranqüilizou o irmão. — Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da Lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama. No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
— Vamos cortar lenha na mata. Este pão é para vocês.
Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente, as crianças atrás. A cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinha branca, sem que ninguém percebesse. Quando chegaram bem no meio da mata, a madrasta disse:
– João e Maria, descansem enquanto nós vamos rachar lenha para a lareira. Mais tarde passaremos para pegar vocês.
Os dois irmãos, após longa espera, comeram o pão e, cansados e fracos, adormeceram. Acordaram à noite, e nem sinal dos pais.
— Estamos perdidos! Nunca mais encontraremos o caminho de casa! — soluçou Maria.
— Quando a Lua aparecer no céu acharemos o caminho de casa — consolou-a o irmão.
Quando a Lua apareceu, as pedrinhas que João tinha deixado cair pelo atalho começaram a brilhar, e, seguindo-as, os irmãos conseguiram voltar à cabana.
Ao vê-los, os pais ficaram espantados. O lenhador, em seu íntimo, estava contente, mas a mulher não. Assim que foram deitar, disse que precisavam tentar novamente, com o mesmo plano. João, que tudo escutara, quis sair à procura de outras pedrinhas, mas não pôde, pois a madrasta trancara a porta. Maria estava desesperada.
— Como poderemos nos salvar desta vez?
— Daremos um jeito, você vai ver.
Na madrugada do dia seguinte, a madrasta acordou as crianças e foram novamente para a mata. Enquanto caminhavam, Joãozinho esfarelou todo o seu pão e o da irmã, fazendo uma trilha. Desta vez afastaram-se ainda mais de casa e, chegando a uma clareira, os pais deixaram as crianças com a desculpa de cortar lenha, abandonando-as.
João e Maria adormeceram, famintos e cansados. Quando acordaram, estava muito escuro, e Maria desatou a chorar. Mas desta vez não conseguiram encontrar o caminho: os pássaros haviam comido todas as migalhas. Andaram a noite toda e o dia seguinte inteirinho, sem conseguir sair daquela floresta, e estavam com muita fome.
De repente, viram uma casinha muito mimosa. Aproximaram-se, curiosos, e viram, encantados, que o telhado era feito de chocolate, as paredes de bolo e as janelas de jujuba.
— Viva!— gritou João.
E correu para morder uma parte do telhado, enquanto Mariazinha enchia a boca de bolo, rindo. Ouviu-se então uma vozinha aguda, gritando no interior da casinha:
— Quem está o teto mordiscando e as paredes roendo?
As crianças, pensando que a voz era de uma menina de sua idade, responderam:
— É o Saci-pererê que está zombando de você!
Subitamente, abriu-se a porta da casinha e saiu uma velha muito feia, mancando, apoiada em uma muleta. João e Maria se assustaram, mas a velha sorriu, mostrando a boca desdentada.
— Não tenham medo, crianças. Vejo que têm fome, a ponto de quase destruir a casa. Entrem, vou preparar uma jantinha.
O jantar foi delicioso, e a velha senhora ajeitou gostosas caminhas macias para João e Maria, que adormeceram felizes. Não sabiam, os coitadinhos, que a velha era uma bruxa que comia crianças e, para atraí-las, tinha construído uma casinha de doces.
Agora ela esfregava as mãos, satisfeita.
— Estão em meu poder, não podem me escapar. Porém estão um pouco magros. É preciso fazer alguma coisa.
Na manhã seguinte, enquanto ainda estavam dormindo, a bruxa agarrou João e o prendeu em um porão escuro, depois, com uma
sacudida, acordou Maria.
— De pé, preguiçosa! Vá tirar água do poço, acenda o fogo e apronte uma boa refeição para seu irmão. Ele está fechado no porão e tem de engordar bastante. Quando chegar no ponto vou comê-lo.
Mariazinha chorou e se desesperou, mas foi obrigada a obedecer. Cada dia cozinhava para o irmão os melhores quitutes. E também, a cada manhã, a bruxa ia ao porão e, por ter vista fraca e não enxergar bem, mandava:
— João, dê-me seu dedo, quero sentir se já engordou!
Mas o esperto João, em vez de um dedo, estendia-lhe um ossinho de frango. A bruxa zangava-se, pois apesar do que comia, o moleque estava cada vez mais magro! Um dia perdeu a paciência.
— Maria, amanhã acenda o fogo logo cedo e coloque água para ferver. Magro ou gordo, pretendo comer seu irmão. Venho esperando isso há muito tempo!
A menina chorou, suplicou, implorou, em vão. A bruxa se aborrecera de tanto esperar. Na manhã seguinte, Maria tratou de colocar no fogo o caldeirão cheio de água, enquanto a bruxa estava ocupada em acender o forno para assar o pão. Na verdade ela queria assar a pobre Mariazinha, e do João faria cozido.
Quando o forno estava bem quente, a bruxa disse à menina:
— Entre ali e veja se a temperatura está boa para assar pão.
Mas Maria, que desconfiava sempre da bruxa, não caiu na armadilha.
— Como se entra no forno? — perguntou ingenuamente.
— Você é mesmo uma boba! Olhe para mim! — e enfiou a cabeça dentro do forno.
Maria empurrou a bruxa para dentro do forno e fechou a portinhola com a corrente. A malvada queimou até o último osso.
A menina correu para o porão e libertou o irmão. Abraçaram-se, chorando lágrimas de alegria; depois, nada mais tendo a temer, exploraram a casa da bruxa. E quantas coisas acharam! Cofres e mais cofres cheios de pedras preciosas, de pérolas…
Encheram os bolsos de pérolas. Maria fez uma trouxinha com seu aventalzinho, e a encheu com diamantes, rubis e esmeraldas. Deixaram a casa da feiticeira e avançaram pela mata.
Andaram muito. Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira, e perceberam que conheciam aquele lugar. Certa vez tinham apanhado lenha ali, de outra vez tinham ido colher mel naquelas árvores…
Finalmente, avistaram a cabana de seu pai. Começaram a correr naquela direção, escancararam a porta e caíram nos braços do lenhador que, assustado, não sabia se ria ou chorava.
Quantos remorsos o tinham atormentado desde que abandonara os filhos na mata! Quantos sonhos horríveis tinham perturbado suas noites! Cada porção de pão que comia ficava atravessada na garganta. Única sorte, a madrasta ruim, que o obrigara a livrar-se dos filhos, já tinha morrido.
João esvaziou os bolsos, retirando as pérolas que havia guardado. Maria desamarrou o aventalzinho e deixou cair ao chão a chuva de pedras preciosas. Agora, já não precisariam temer nem miséria nem carestia.
E assim, desde aquele dia o lenhador e seus filhos viveram na fartura, sem mais nenhuma preocupação.

USO DO G E J


Emprega-se o G:
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem
Exemplos:  barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem
Exceção: pajem
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)4) Nos seguintes vocábulos:
algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem.
Emprega-se o J:
1)  Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear
Exemplos:
arranjar: arranjo, arranje, arranjem
despejar:despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo)
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j
Exemplos:
laranja- laranjeira
loja- lojista
lisonja - lisonjeador
nojo- nojeira
cereja- cerejeira
varejo- varejista
rijo- enrijecer
jeito- ajeitar
4) Nos seguintes vocábulos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento


ADVÉRBIO / LOCUÇÃO ADVERBIAL E SUA CLASSIFICAÇÃO




Os advérbios são palavras invariáveis em género e em número que modificam verbos, adjetivos e outros advérbios. Podem ser organizados em vários tipos, de acordo com a circunstância que exprimem.

Classificação:
- Advérbios de tempo - hoje, ontem, anteontem, amanhã, antes, depois, agora, ainda, cedo, tarde, já, depois, logo, antigamente, outrora, sempre, nunca, jamais...

- Advérbios de lugar - abaixo, acima, acolá, adiante, ali, aí, além, aqui, cá, dentro, atrás, debaixo, perto, longe, junto, algures, defronte...

- Advérbios de modo - bem, mal, assim, depressa, devagar, debalde, sobretudo, muitos advérbios terminados em –mente, como felizmente, tranquilamente...

- Advérbios de afirmação - sim, certamente, efetivamente, decerto...

- Advérbios de negação – não.

- Advérbios de intensidade - bastante, assaz, muito, pouco, bem, tanto, tão, quanto, demais...

- Advérbios de dúvida - mais, menos, quase, talvez, acaso, porventura, possivelmente, provavelmente...

 Locuções adverbiais

Uma locução adverbial é um conjunto de duas ou mais palavras que tem uma função semelhante à de um advérbio. Normalmente, é formada por uma preposição e um nome, ou adjetivo ou advérbio.
Tal como acontece com os advérbios, as locuções adverbiais também se organiza em vários tipos.

Classificação:

- Locuções adverbiais de tempo - à noite, de manhã, à tarde, de dia, de noite, em breve, pela manhã, de vez em quando...

- Locuções adverbiais de lugar - ao lado, de longe, de perto, por ali, por aqui, por perto, à direita, à esquerda, de cima...

- Locuções adverbiais de modo - à pressa, à vontade, em silêncio, de cor, em vão, ao acaso, a custo...

- Locuções adverbiais de afirmação - com certeza, sem dúvida...

- Locuções adverbiais de negação - de modo nenhum, de forma alguma...

- Locuções adverbiais de quantidade/intensidade - de pouco, de todo...




CARTUM X CHARGE


GÊNERO: CONTO MARAVILHOSO



 O conto maravilhoso é uma narrativa recheada pelo fantástico, com fadas, monstros, bruxas, anões e outros seres extraordinários. ... Essa fórmula é sucesso garantido, pois há muitas gerações os contos maravilhosos encantam crianças e adultos de todos os lugares do mundo.
Os irmãos Grimm e Charles Perrault são famosos por terem publicados contos, hoje mundialmente conhecidos, adaptados de narrativas populares e folclóricas que foram colhidas a partir de entrevistas feitas com camponeses, pastores e pessoas mais velhas que se lembravam de histórias de suas infâncias.
No conto maravilhoso, evidenciam-se os questionamentos econômicos e sociais, isto é, os problemas da sobrevivência em nível socioeconômico ou ligados à vida prática, concreta, cotidiana. Essas narrativas sem a presença de fadas – ainda que delas não se excluam elementos mágicos, maravilhosos – enfatizam aspectos do ser humano, como suas necessidades básicas, sentimentos, comportamento...
São exemplos de conto maravilhoso O gato de Botas, Os três porquinhos, Aladim e a lâmpada maravilhosa, muitos dos contos de As mil e uma noites, entre outros.














Variedades linguísticas




linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade

O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.

Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com amigos, familiares etc.

Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:

·        Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade


Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
·        Variações regionais
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem.

·        Variações sociais ou culturais
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 

As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.

Vejamos um poema para entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió

Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados. 
Oswald de Andrade